segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Alguém me pare por favor...

A insonia não tem me deixado em paz. digo paz pq dormir pra mim é o momento único de total paz, paz de interior, de momento físico...dormir pra mim é quase a terapia de problemas insolúveis na vida acordada.

Preciso parar de pensar antes de dormir, pq qdo faço isso não fico relaxada e perco a porra do sono, e como diz uma amiga "Anna, tu pensas demais. ta na hora de agir".

Agora eu to agindo até demais, e to com medo, aonde eu posso parar assim? Eu tenho armado coisas que não são verdadeiras pra mim mesma, e o pior...acredito que seja possível.

To pensando em viajar, pra esquecer uns problemas, mas provavelmente eu encontrarei novos, então eu acho que eu precisaria de um tempo só meu, sem companhia, sozinha mesmo, agora ou aproveitar o pequeno recesso do trampo em começo de janeiro, me dar de presente um tempo e umas novas paisagens e novas pessoas, ja que logo mais eu completo 28 anos.

Eu ainda nao passei perto da crise dos 30, mas as crises são um pouco piores.

Comecei a analisar que eu não quero mais envolvimentos sexuais com homens, queria tentar experimentar mulheres, mas eu ja conheci e não curti, comecei a pensar em não namorar mais, mas comecei a pensar em ficar com umas meninas de vez em qdo, pensando na falsa premissa que mulheres se entendem melhor e são mais carinhosas e companheiras (e sim, possessivas em alto grau, um relacionamento homo é pior que um hetero em matéria de ciúmes).

Eu não sei pra onde vou, e pq fujo...só sei que isso tudo é so uma auto-sabotagem pra me esconder de um sentimento que eu não consigo dissipar de dentro de mim 4 meses, e ainda fico encontrando o cara infeliz de vez em qdo, com a merda da esperancinha que logo em breve ele se foderá bem e vai cai na real que eu era A mulher.

O que que eu to falando? ahhhh, não sei mais, isso tudo é só mistura de fragmentos caóticos do meu pensamento.

Eu sinto saudades de abraços, de abraços de amigos, de ex namorados...se eu pudesse eu ligaria pra cada um deles pra perguntar como estão e pra onde vão...se eu machuquei eles em algo que nunca mais teria cura, mas praquê? só ia piorar a minha cabeça.

Esses dias eu acabei caindo em tentação e coloquei o nome de um dos finados no google, o que queria saber foi mto pouco pro que eu encontrei...mas tudo bem, o básico é saber que ele ainda vive, e em Sampa, bem longe de me encontrar em alguma rua e eu sair pálida com lágrimas nos olhos e garganta engasgando.

Tenho baixado todas as velharias do auge de 98/99, isso me corta a cada refrão, mas eu com todo meu ode ao masoquismo não consigo parar de ouvir e lembrar de mais canções a serem baixadas pro meu player, até lithium e heart shaped box que foi o início de tudo pra mim eu voltei a ouvir no talo todas as manhãs mau-humoradas com muito café por sinal...

Algumas pessoas voltaram a aparecer pra mim, algumas eu sumi elas, e algumas reclamaram q eu sumo e elas vivem a minha procura. O que fazer???

Seria eu mesma o tempo todo? seria eu mesma uma fugitiva de minha própria vida cinzenta e cheia de barulhos?


Eu só sei que agora, eu tenho medo, muito medo de tentar parar, se eu parar eu vou acabar congelando, me tornando a heartless de sempre...e eu gostei muito de abandonar os remédios e voltar a sentir.

sem dor não tem amor, acho que eu ouvi isso em alguma música...e acho que faz sentido sim.



Eu amo você, mas é melhor que a gente fique distante.


Eu ando ácida demais, e isso só machuca. eu me machuco.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Coisas Belas e Sujas (as vezes meio bagunçadas)

Sábado, um dia que não lembro e nem tento, de agosto, dia cinza, muito frio.

Acordei com um telefonema, voz elétrica, ao mesmo tempo cansada, turva...era ele, querendo só ouvir minha voz, só o "alô" eu prolongo não sei como nem porquê a maioria das ligações dele e quase sempre acredito que ele me liga só pra saber como estou ou só pra pedir algum favorzinho bobo (sim, pq ele já fez mto mais por mim do q os pequenos favores q eu me ofereci a prestar como uma grande amiga íntima).
Ruim foi saber que ele queria desligar logo, e dizer "nem sei pq eu te liguei", isso é um soco no estômago, vc pode até pensar, mas dizer? ah não...sem chance! mas tudo bem, falou e disse.

Falou e disse mais:"estou ate agora acordado, cheguei a pouco, estou trincadasso", choquei, pasmei, coração bateu forte, as pernas amoleceram, enjoô, pavor, dor de cabeça, confusão total.

Entrei naquele fusca 77 verde escuro do meu vô, a herança, a lembrança...as lembranças e o medo de perder mais alguém nesta vida. Minha mãe tentava falar algumas coisas pra mim, algo sobre o dia dela, sobre como seria a manhã e como seria o fim do dia...como se sempre pudéssemos deixar tudo dito e planejado pra concluir no final do dia. Eu não ouvia, eu não tinha mais certeza das incertezas...eu só sentia.

Chegando no trabalho, enfiei numa fúria e rapidez a mochila no armário de funcionários, olhei minha sala pra ver se tinha algum cliente em espera, tudo tranquilo, tudo ambíguo na verdade.

A tranquilidade ambiente me dava mais pânico, antes tivesse alguém a me esperar, assim eu iria agir mecanicamente e abstrair qualquer mal estar já instalado por aquela ligação que amoleceu meu coração e todos os meus outros músculos, parecia que até meus ossos estavam pra quebrar.

Bem...corri até a banca de jornal, quis aproveitar o esqueiro pendurado pra acender meu cigarro, e lembrei que não podemos mais fumar em locais com marquises, merda! bradei em meus pensamentos, tudo que eu queria era um cigarro e um café, o café eu antecipei no trampo, só faltava un tragos e o cartão telefônico. Comprei e corri do outro lado da rua para um orelhão, liguei, chamou e ninguém atendia, pensei "caralho, ele morreu", tentei no celular e ele atendeu, "UFFA". voz calma, macia, carinhosa, me chamou pelo apelido carinhoso de antes, amoleci, amoleceu...merda! caralho, filha da puta, aquela musiquinha da avril lavigne é odiosamente de um refrão real "get out of my head, get out of my bad..." era isso, era isso mesmo q eu precisava dizer e não consegui. o problema não é o amor, o problema é o costume de gostar de ajudar, de se sentir mãe, devocional demais, emocional demais...de sentir que se vc deixar tudo como está e sair de cena, vc pode sem querer em pequenos segundos fechar as cortinas [antes do tempo natural da vida, do destino...]

Isso ficou mais calmo, conformei - me com tudo, e aceitei que nada vai ser como antes, que ele não vai cair na real, que ele ta se machucando pra me fazer perceber mais ele, por orgulho ou por estar muito na merda e se arrepender de tudo q disse ou do que não disse de bom ou ruim.

Voltei ao trabalho, trabalhei com maestria e de forma mecanica, pensamentos vagando, ora em euforia nervosa, ora em melancolia semi-distanciada. era eu, eu mesma dentro do meu eu solitário, sombrio e esperançoso sim, sempre sempre.

Minha irmã faltou no trabalho e me fez prometer que ajudaria ela num pacto artístico: ela queria ver a competição do grupo de ginastas que ela um dia fez parte e recordar pra sentir a verve na vida. eu a ajudei, forjei uma pequena mentira e ela doente ficou, vendo a banda passar, contando e cantando coisas de amor, dentro dos seus sonhos de menina, dentro das suas lembranças bonitas, e reencontrou amigas de treinos e ensaios, viu cores e brilhos, e voltou com os olhos radiantes de alegria e emoção, foi a única coisa que pagou o ato falho "mentir".

No fim do dia, cansada do tédio trabalhista...eu e mais alguns comparsas, fomos andar a esmo pelo gonzaga, tentar sentir uma brisa noturna fresca e ver pessoas, brincamos com coisa séria, um menino que estava em nossa companhia tomou uma ombrada feia, me assustei mas não perdi a piada. continuei rindo alheia ao que poderia vir a ser uma briga feia...foda-se, a vida é lutar e lutar é sempre brigar com algo, brigar por...algo.

Muita fome, rodamos demais, muitas pessoas transeuntes dando vertigem somada ao cansaço/tédio/fome..."vamos vamos, lá o lugar é ótimo, sempre como lá, ela tbm...a anos..."

E lá fomos, sentamos...olhamos e pedimos, veio, começaram a comer, eu olhei um pouco, peguei o primeiro pedaço da torta, achei absurdo q tinha mais azeitonas do que uma torta só feita de azeitonas, a chatice é gritante nessas horas de fome, parece q não como qualquer coisa só que baste ela, parece que eu me torno arrogante-gourmet do mundo, é terrível. Mandei trocar, não pedi, mandei...estiquei os braços e senti que o moço qdo me olhava pra pegar o prato, senti que ele quisesse torcer meus braços até me fraturar expostamente! ahhhh, que coisa!

Veio outra, o mate gelado com limão era leve, doce-amargo bom...única coisa que me fez limpar um pouco o estômago depois de concluir o que era óbvio: quando vc reclama demais ou pensa que é certa demais nas escolhas, algo vem pra mudar tudo, e te sacaneia até as últimas aspirações do errado. Uma pequena barata amarelada, brilhante de barriga pra cima, no recheio da torta do amigo ao lado...enjoô 2 do dia! e todos se entreolharam com uma angústia raivosa.

"Não Anna, deixa deixa...vamos vamos..." "nem fodendo, não vou pagar e vou lá falar com o dono agora" GRANDE MERDA! não mudou e nem vai adiantar pras próximas: vitímas da falta de higiene e noção de bons serviços do mercado comercial escravo de suados cozinheiros barrigudos que recepcionam namoradinhas fogosas na calorosa cozinha industrial e se distraem atrasando o pedido urgente do seu horário de almoço curto e assim cometem pequenos delitos alimentares!!!

Volto pra casa, ônibus vazio, música boa...

penso que acabou...segunda feira tem mais? não segunda é dia de "away pessoal"

cama o dia todo, tv e paredes lilás.

e terça vai ser outra história, que eu contarei pros meus netos, mas antes preciso dos filhos, e antes preciso dos próximos dias.