Fiquei pensando nos últimos dias, nas últimas horas...quantos momentos eu partilhei com os outros, quantas canções, sons, toques, cheiros...ahhhhh os cheiros, eles me remetem ao momento mais delicado, mais real.
Estava caminhando nas ruas, a noite, de volta pra casa depois de longas horas trabalhando, com as costas doendo e os pés cansados...senti um perfume, e aquele lembrava o primeiro cara da minha vida, o cheiro do cabelo recém lavado, o mesmo frescor e a sensação das minhas mãos acariciando aquela nuca...depois disso seguiram-se sequências como um filme em minha mente, de memórias olfativas: o cheiro de café recém saído, é uma constante, lembra-me a cozinha do meu avô, e ele claro...o cheiro de lavanda lembra minha avó e os dias nublados, chuvosos,os de chocolate me lembram inverno e uma paixão que não virou amor, e novamente, o cheiro de terra molhada (com a chuva...) me lembram o amor que virou paixão.
E eu sinto mais saudades quando essas memórias se tornam tão reais e intensas no meu peito, na minha alma. É como se aqueles dias fossem o agora, é como se eu quisesse reter todos aqueles momentos e dias de volta, montar um só dia, um momento instantâneo real e estático. só meu.
Por enquanto eu vou continuar curtindo isso, administrando de forma positiva, sem dramas, sem chorar, sem me apavorar por saber que agora é hoje e não é o ontem, e que nada volta, mas tudo se repete, só depende de nós, de mim, de você ou dele.
Fazer e acontecer, fazer e sentir, fazer e valer a pena.
Eu amo a idéia de amar, e não amar pra mim é se acovardar, é perder a vida.
ao som de * John Brion - here we go *
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